Prefeitos que integram a Associação dos Municípios do Médio Paranapanema (AMEPAR) realizaram, na manhã desta quinta-feira (23), em Londrina, a segunda reunião extraordinária da entidade. O evento teve a presença do secretário do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Valdemar Bernardo Jorge, e dos deputados estaduais Tiago Amaral, Tercílio Turini e Cloara Pinheiro.

Os prefeitos debateram uma pauta voltada para a sustentabilidade e, entre os assuntos, discutiram soluções para a gestão do lixo, um dos maiores problemas enfrentados pelos municípios. Eles explicaram que estão enfrentando problemas com o Ministério Público, que cobra soluções para a gestão do lixo. A questão é que poucas são as cidades que têm recursos financeiros para isso.

Durante a reunião, o secretário Valdemar explicou que a Sedest foi criada a partir do desmembramento da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, com o objetivo de dar continuidade aos projetos de cuidados com o meio ambiente e as mudanças climáticas em parceria com organismos internacionais, a União e os municípios.

Uma das pautas discutidas foi à apresentação da Usina Natureza Limpa, projeto desenvolvido em Unaí, Minas Gerais, que transforma lixo em carvão vegetal para gerar energia. Todo o processo é mecanizado, sem contato manual, e tem potencial para solucionar o problema do acúmulo de lixo nas cidades e gerar energia limpa.

Uma das soluções já apresentadas pelo prefeito Sérgio Onofre, presidente da AMEPAR, é a gestão consorciada. A ideia é que sejam criados dois projetos que trabalhem em conjunto. O primeiro projeto é definir um local adequado para a instalação de uma Usina de Lixo que atenderia a maioria dos 22 municípios integrantes da entidade. Os municípios enviariam os resíduos e a Usina faria o beneficiamento.

O outro projeto é para viabilizar o transbordo – coleta do lixo na cidade e encaminhamento para a Usina. No entanto, nem todos os municípios têm recursos financeiros para bancar o transbordo. Segundo Onofre, o custo para a compra da Usina é de 26 milhões. “O lixo não pode ser considerado apenas um problema municipal, é do Estado e da União também. A União e o Estado precisam auxiliar as pequenas cidades que não têm orçamento nem para levar o lixo para uma usina”, disse ele.

O secretário Valdemar Jorge se comprometeu a empenhar-se para que seja liberado um recurso que está parado na Justiça. Este dinheiro é proveniente da multa paga pela Petrobras devido ao derramamento de óleo em Araucária, há 20 anos. A empresa foi multada e o dinheiro que era para ser usado em projetos ambientais está bloqueado na justiça.

Além da gestão do lixo, os prefeitos também debateram sobre a atenção ao abandono de animais de rua (cães e gatos), a gestão dos canis municipais e a parceria dos municípios com o Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Em vários municípios, os abrigos para animais de rua resultam em despesas que se tornaram pesadas demais para as prefeituras.

O prefeito Sérgio Onofre e outros prefeitos destacaram que a questão envolve saúde pública e que os governos estadual e federal também deveriam participar da solução. A reunião foi uma oportunidade para que os prefeitos compartilhassem suas experiências e encontrassem soluções conjuntas para os problemas enfrentados pelos municípios.